domingo, 7 de fevereiro de 2010

Carta à Cunhada


Querida Cunhada,

Há duas semanas, venho planejando abertamente uma data especial na qual fritaria deliciosos pastéis de chocolate. Tal data chegou. Hoje à tarde, comprei uma barra cara e bem conservada, especialmente para a ocasião. Deixei a barra ao gelo por uma hora e meia. Depois, preparei-me, lavei bem as mãos e, com muito esmero, quebrei cada fileira da barra em pedaços de dois. Logo após, abri o pacote e parti cada dupla ao comprido, tendo assim por volta de 30 duplas compridas de chocolate preto-e-branco. Abri, pois, o pacote de pastelina (tamanho médio), separei 15 e, uma a uma, tirei-as e separei-as do plástico de apoio. Cada duas fileirinhas picotadas recheavam um pastel. Cada pastel recheado, lacrei com um garfo esterilizado, cuidando para não danificar nem a massa e nem o plástico circundante. Depois, cada pastel foi posto à frigideira três a três, com atenção redobrada, visto que não deveriam dourar mais do que o mínimo.

Minha cunhada; nesta ceia, junto de meu irmão e de seu amigo, comeste 13 dos 15 pastéis de chocolate que eu fiz. Ao questioná-la sobre o paradeiro de meus pastéis tão amplamente desejados - dos quais só tive o direito de provar UM - disseste-me que acabaram. Então, desnorteado e descrente, fiquei imóvel, e meu irmão justificou-se: "a mãe guardou um pra ti na geladeira". Obviamente, não poupei palavras, ao passo que, gentil e ironicamente, pronunciaste-te, como se razão tivesses, em voz irônica e ofendida: "Desculpa, na próxima vez eu não como, então."

A vontade que tive naquele momento foi de dizer "exatamente, sua ignorantona, NÃO COMA, afinal NÃO-SÃO-TEUS!" mas, feliz ou infelizmente, "cunha", tive uma ou duas aulas de educação em casa ao longo desses 20 anos que me passaram. É bem verdade que, apesar de termos frequentado o mesmo colégio durante o ensino médio, não parece que tivemos a mesma orientação em casa. Que falha; ah, que lástima!

Ainda hoje, deixaste a porta do MEU banheiro chaveada por dentro, forçando-me a vasculhar em busca de uma chave reserva. Fazes isso sempre que podes. Quando não podes, pois me encontro ou durmo próximo, fazes questão de me acordar chaveando e "deschaveando" tal porta com um barulho tão exagerado que eu precisaria de 3 meses de academia para reproduzir. Isso sem contar a cara de nojo que direcionas à minha companheira, à qual não direcionas uma palavra sequer há 2 anos e alguns meses, e também a falsidade com que tratas a minha irmã e meus pais, os quais já maltrataste algumas vezes. Não querendo somar a tudo isso o fato de deixares tufos de cabelo e/ou outros pêlos quaisquer em toda parte de meu banheiro, principalmente no vaso sanitário, sem dar-te o trabalho de apertar a descarga. Em prol do meio-ambiente? Ao diabo, sequer sabes o que é isso; há um lixo enorme para tanto, e a tampa é bem mais limpa do que teu caráter. Se um dia leres isso, saibas que teus quarenta cremes, duas bolsas e setenta sabonetes líquidos que habitam a MINHA pia do MEU banheiro estão correndo sérios riscos, tendo em vista o meu perfil vingativo e muitas vezes desequilibrado.

Eu te odeio, e, como bem sabes, falo isso de coração. Não é de hoje. Troquei a tua formatura (Deus esteja!) pela formatura de uma menina que mal conheço. Troco os jantares na tua casa por noites de jejum na minha. Troco a tua casa na praia por saunas no centro de Viamão. Todos nós te desprezamos, minha irritante cunhada, mas meu irmão - como pode! - não.

No entanto, torço pelo dia em que lutaremos (pelo menos uma vez!) lado a lado! Estou sendo sincero! Hei de te admirar no dia em que casares com meu irmão e, então, tiveres a sorte de agarrar seu futuro e sua fortuna com as duas mãos e com todas as tuas garras, tendo uma vida BEM longe dos meus olhos, em qualquer lugar que seja, criando meus sobrinhos com muita frieza e ensinando-os a arte da mesquinharia e o ofício do desprezo. Rezo pelo dia em que teus cremes e sabonetes íntimos desocuparão minha pia, em que minha porta estará livre de teu comportamento desprezível, em que minha irmã poderá livrar-se de teus comentários maldosos, em que meus pastéis serão meus! Oh, como agradecer-te-ia!

Apesar de "rugir para fora", como disse-me uma doce amiga que te colocaria, se comparadas, na mais inferior classe humanóide já existente, pouquíssimas pessoas extraem-me tal sentimento. Assim sendo, despeço-me com muito ardor e com um pouco mais de rancor, uma vez que minha mãe deu razão para vós, enquanto encontrei minha porta do banheiro mais uma vez fechada, pela segunda vez no dia. Espero que, na próxima vez, feche-a em teus dedos, e que os mesmos apodreçam, de forma semelhante ao que ocorreu com tua índole.

Atenciosamente,

Yo.

18 comentários:

Unknown disse...

UAhUahUAhUAHUHaUHaUHAUHAUHaUHauHauHauhAuhauhAuhAUhUahUHaHUaUAHAHuHAUHa


como eh o nome dela? vo bota na encruzilhada UHAUHAUHauHa!

Anônimo disse...

É essa que tu quer que eu mate?

Matheus disse...

Maestral o texto. Gosto de ver o ódio que tu destilas.

Espero que as os rios viamonenses corram mais vermelhos com esse desafeto - e espero que tu sejas o lado que derramará mais sangue.

Orgulhoso,

Matheus Ternura.

Lucas Di Marco disse...

Coitada, ela só é mal compreendida.

Fátima disse...

Teus rugidos leoninos ressoaram pela Chácara, tens minha solidariedade em relação à essa vivente que transita pela tua casa, cujas atitudes provocaram um texto tão contundente e explicito.Como diria o Sr. Milton, na sua sabedoria natural: Essa é marvadinha mesmo dona Fátima, quem sabe a gente poda?

Diogo disse...

Senti uma leve magoazinha em ti... Pena dela, que beija uma boca que, a cava vez que é escovada, sente a vingança silenciosa de um peregrino laranja injustiçado há anos. A sua hora vai chegar, e todos nós, leitores assíduos, nos regozijaremos.

francielle disse...

Sabe o que ela merece????
O "Mingau II" misturado ao cremes dela:)
Ps: não que eu esteja querendo dar alguma ideia pra ti...

Marcos disse...

Quanto ódio auhuhuauhuasa , mas pelo que eu vi ela merece mesmo hehe.
Ela le o blog?hahaah

Marcelo disse...

auhahau
Se essa aí não muda logo logo... tadinha

Liliane disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Liliane disse...

Uau! Bela demonstração de ira leonina! E, convenhamos, "tanto a rapoza vai ao ninho, que um dia deixa o focinho". Juro que nunca entendi muito bem este velho ditado de minha avó, pois como a rapoza vai deixar o focinho?!?!? Ela tanto te deixa com o banheiro trancado, que um dia ias ter de transbordar... (Misturei os velhos ditados da vovó) Especialmente depois de ela consumir teus tão desejados pastéis de chocolate!
Te conhecendo, imagino que pessoa "marvadinha" mesmo ela é.
No mais, tens razão, um dia não vais mais precisar conviver com ela. Esperamos que isso ocorra logo.
Beijos.

Ps1.: Não sabia de teus dotes culinários. HAHAHAHAHAH

Ps2.: A comparação da Fátima com a jararaca foi demais.

Hermes e renato disse...

Dou todo apoio amiguinho, pq eu axei ela uma menina muito fuleira, vou meter a faca nela, facada na barriga, facada na costela....

Anônimo disse...

Só cultives o ódio quando fores praticá-lo - nunca para si.

Lu-wong Chu

Unknown disse...

13 comentários diferentes em 24 horas. Que recorde, vou começar a falar mal de mais pessoas!

:) disse...

aai maninho, me boto no meio disso ainda POWEIOPWIPORI aiaiaiai ...

TAWANE disse...

Acho que agora entendi aquela frase: se cunhado (a) fosse bom nao começava com cu...
muitoooooo bom esse texto ou melhor esse desabafooo.
o pior é se for baseado em fatos reais rsrsrsrsrsrsr

Jonas Kloeckner disse...

Mais uma vez, alegras minha noite! Diogo recordou um fato memorável, do qual jamais esquecerei! Pobre diabo contaminado, pelos pêlos teus, que - sem saber- prolifera para sua amada tal sujeira desgraçada! Huashuahsuiah
Repito: és um gênio do mal! haushuahs

Sergio Trentini disse...

a benção, pai