domingo, 15 de maio de 2011

Atípico

Um fim de semana atípico era o nome desta postagem, mas quase mesmo a deixei toda em branco, para além dos trinta minutos que tentei sem sucesso iniciá-la. O fato é que o que importa para mim hoje é a sugestão, e é por isso que o nome desta postagem agora é atípico, comparando-se aos demais nomes de tópicos anteriores.

Se eu não consegui fazer com que abdicásseis de ler essa postagem após esse parágrafo tedioso e coberto de lugares-comuns, sede bem-vindos ao meu grande dilema existencial.
Quando ao observar laranjas no super-mercado antes de pô-las no saco, o que vos era relevante? O que é que procurávamos antes de comê-las, e qual era o critério escolhido para a determinação de qual delas...? Enfim: é possível que a cor viva e a esfera perfeita corrobore que ela é de fato primorosa?

Não hemos de saber jamais, não obstante a questão nos esteja em outro plano, em outra idéia muito aquém da reflexão profunda - o plano da visão crua. Não fazemos a menor idéia do quão são é seu interior, mas apostamos tudo na estrutura externa, e desejamos mais do que tudo comê-la - pela casca! E, não satisfeitos, degustando-a ou não, a pomos em dourados pedestais, ora a sua imagem, ora o seu sabor, quando não apenas a sua lembrança - e é isso que nos faz sermos errantes: o nosso próprio ego.

Porque por mais admirável que há de ser o seu aroma, a flor e o pêssego ainda nos traem: aquela, pelo espinho aguçado; este, pelo caroço rijo e indelicado.