terça-feira, 22 de setembro de 2009

Com Varíola ou Sem Varíola?


Foi a pergunta que o dono do barzinho me fez, ao pedi-lo um negrinho. Não houve tempo de pensar em algo, mesmo compreendendo seu humor negro - referindo-se a brigadeiros com bolinhas em cima, em vez de granulado; antes mesmo de eu poder decidir pelo "sem varíola", o velho - que ia puxando a bandeja de doces de baixo do balcão - derrubou-a em cima de mim, com diversos doces. Na minha frente, ia culpando-se pela brincadeira idiota e passava a selecionar os que caíram no chão e os que não caíram. "Até parece", pensei, "que não vai misturar todos depois que eu sair...".

Achei que esse fato ia ser o último extravagante do dia de hoje. A verdade é que a pressão profissional vem me afastando paulatinamente de vossa presença. Se é que é preciso, peço que me compreendam. De qualquer forma, as coisas que ocorreram nessas últimas duas semanas foram tão alternativas e incríveis que eu teria mais vários longos posts para contar-vos, mesmo que o mundo acabasse hoje. Aliás, se o mundo acabasse hoje, eu me trancaria em casa, porque as coisas em Viamão demoram muito mais tempo para acontecer, e já estou arrependido dessa piada imbecil, portanto...

Não foi só isso, porém. Enquanto comia o neg... o brigadeiro, com um copo de suco, vi uma senhora aproximando-se do caixa, ao passo que o velho a xingou de muitos adjetivos pelo fato de ela só poder pagar em crédito. Assustei-me e, sem me despedir, fui embora dali.

Aproveitando o espaço, queria usar este artifício de múltipla informação para (justamente) informá-los que eu sofri um acidente de carro no domingo, e não estou brincando desta vez. Sábado à noite, houve uma briga (pai VS família) para decidirem se eu usaria ou não o carro. Defendido pela família, acabei conseguindo-o, mesmo sob a praga de meu célebre pai: "se tu bater o carro, é eu que vou ficar sem, e não tu!" ao passo que respondiam por mim "a chance de ele bater é tanto quanto a de tu bater!". Achei estranho meu irmão me defender pela primeira vez na vida, e só agora entendo por que o destino me apresentou tal fenômeno: ironia.

Passei a manhã e a tarde com medo de terem roubado o carro, o qual estacionei na rua durante as palestras. Quando, às 17h, confirmei a presença do carro, pensei realmente que nada iria atrapalhar meu sucesso. Dois minutos depois, subindo a lomba da Dr. Flores, próximo ao McDanado's, ia tranquilo, na mão correta, na velocidade correta e na minha preferência, quando sinto a aproximação aceleradíssima de um motoqueiro na rua transversal, que não tinha a preferencial. Não seguindo esta máxima, desceu aquela rua perpendicular a uns prováveis 80km/h, no centro de Porto Alegre, e eu só tive tempo de acelerar um pouco mais para que ele não matasse minha querida namorada, que sentava ao banco do carona. Ele destruiu a traseira do meu carro, que agora já está semi-destruída, e se ralou todo, coitado. Ofereceu o pagamento, deu o telefone, nome, local de trabalho, assumiu a culpa e obriguei-o a ligar para meu pai no ato. Isso aliviou 94% da minha pena, a qual - sinceramente - ainda não senti.

O outro fato que ocorrera uma semana antes (este, sim, extremamente hardcore) hei de contar-vos num próximo encontro. Até mais, highlanders.

12 comentários:

Anônimo disse...

Quando tu pagou pro motoqueiro assumir a culpa?

Unknown disse...

Antes de ele se levantar, já desci do carro e falei: a preferencial era minha!

Unknown disse...

"O negócio é meter pressão", já dizia o Bonde do Tigrão.

Paola disse...

"eu tava certo, né?" só faltou um "ufa!" depois, haha! acho que não vou mais andar contigo, coisas andam amassando e quebrando perto de ti :x que coisa de mal gosto esse com variola ou sem, credo! eu não comia :P bom, no fim até que as coisas deram certo x)

medo de lembrar do assunto do próximo post, haha!

tinhamo, namor ;@@@@

Marcelo disse...

Tomo a bad beat no river...

francielle disse...

Tadinhos...fiquei imaginando a cena:
O cara quase morto no chão e tu tentando reanimá-lo pra que ele pudesse ligar pro teu pai...hehhe

Diogo disse...

Tinha que ter dado ré e passado por cima.

Motoqueiro disse...

Estava a caminho do banco com o dinheiro dos reparos para depositar em sua conta quando me deparei com tais comentários um tanto quanto, digamos, ofensivos. Usarei o dinheiro com putas. E por putas não me refiro a Ataides "e os seus".

Paola disse...

ó amor, o motoqueiro aprendeu a falar direito agora...

Fátima disse...

Ah, como eu gostaria de ter tido um aluno com esse talento para a crônica. Sabe transformar qualquer fato do cotidiano em um texto inteligente e criativo.Tive uma aluna que escrevia muito bem, mas o estilo era outro.Parabéns Lucas, tu vais longe!

Patrícia Andréa disse...

Hahaha... "Com varíola ou sem varíola?" Essa foi mto boa!

Passa lá no meu blog q tem post novo!

Bjus!

Diogo disse...

Atualiza essa budega, omi!