domingo, 15 de maio de 2011

Atípico

Um fim de semana atípico era o nome desta postagem, mas quase mesmo a deixei toda em branco, para além dos trinta minutos que tentei sem sucesso iniciá-la. O fato é que o que importa para mim hoje é a sugestão, e é por isso que o nome desta postagem agora é atípico, comparando-se aos demais nomes de tópicos anteriores.

Se eu não consegui fazer com que abdicásseis de ler essa postagem após esse parágrafo tedioso e coberto de lugares-comuns, sede bem-vindos ao meu grande dilema existencial.
Quando ao observar laranjas no super-mercado antes de pô-las no saco, o que vos era relevante? O que é que procurávamos antes de comê-las, e qual era o critério escolhido para a determinação de qual delas...? Enfim: é possível que a cor viva e a esfera perfeita corrobore que ela é de fato primorosa?

Não hemos de saber jamais, não obstante a questão nos esteja em outro plano, em outra idéia muito aquém da reflexão profunda - o plano da visão crua. Não fazemos a menor idéia do quão são é seu interior, mas apostamos tudo na estrutura externa, e desejamos mais do que tudo comê-la - pela casca! E, não satisfeitos, degustando-a ou não, a pomos em dourados pedestais, ora a sua imagem, ora o seu sabor, quando não apenas a sua lembrança - e é isso que nos faz sermos errantes: o nosso próprio ego.

Porque por mais admirável que há de ser o seu aroma, a flor e o pêssego ainda nos traem: aquela, pelo espinho aguçado; este, pelo caroço rijo e indelicado.

4 comentários:

Liliane disse...

Profundo e poético! Sempre existirão espinhos e caroços, mas a rosa e o pêssego compensam com vantagem àqueles. Pode ser só minha visão otimista, mas realmente acredito nisso.

Gabriela Petitot disse...

Volta e meia percebemos que caímos no erro da idealização. A acidez faz parte da laranja, os espinhos integram a flor e o caroço é naturalmente o interior do pêssego :/ Mas tu escreve bem, Lucas, é inegável (: Beijos

Sergio Trentini disse...

Acompanhar desde o primeiro post do blog até agora me faz ver o quanto tu evoluiu, pequeno pokemon. Sentimento de respeito com uma pitada de idolatria é o que tenho por ti, luke.


Abraço, meu velho!

Lucas Di Marco disse...

Idolatria! Que isso serginho. Eu merecia uns puxões de orelha ultimamente, isso sim.
Esse ócio tá me destruindo; mas eu ainda espero do fundo da alma que tu passes por isso ano que vem hahah

Obrigado a todos, amiguinhos. Não só pelos elogios, mas por lerem.