sábado, 12 de fevereiro de 2011

El Gran Viaje (Pt. II)

Dia 2 - O Paraíso Rosarino



Por outro lado, o que nos recebeu em Rosário foi assustadoramente maravilhoso. Durante a viagem Buenos Aires - Rosário, vimos com efeito uma moça com pernas saudáveis à mostra logo no banco da frente. Não me contive e acabei por filmá-las, além de sacar algumas fotografias, como a exposta. Ela foi o legítimo prenúncio do paraíso feminino que estava por nos esperar. Rosário é famosa em todo o país por ser a cidade com as mais belas mulheres - eleita pelos próprios argentinos e até mesmo por (ugh) portenhos. (N.A.: Eu concordo plena e perdidamente com o exposto. Nunca, nem mesmo aqui no RS, vi tantas fêmeas atraentes em um mesmo lugar e com uma frequência tão curta). Ao fim da viagem, quase na cidade maravilhosa, optei pela ofensiva e sentei-me ao lado da guria. Comecei com uma leve informação, e fui aprofundando, aprofundando... e aprofundei o suficiente para que a convencesse de sair àquela noite; ela inclusive me deu o cartão do local no qual iríamos nos encontrar, apesar de garantir que iria me buscar no hostel em que nos hospedaríamos, eu e meus amigos. Nos despedimos ao chegar. No hostel, conhecemos um sujeito peruano muito estranho e meio chatinho, chamado... não lembro, mas apelidamos de Liminha. Junto dele, aguardamos a moça nos buscar, e ela - obviamente - não foi. Marchamos para a tal festa; minha boca ainda estava arrombada por dentro. Por dentro.

Chegamos na casa noturna, que era uma espécia de "Beco" latino. As músicas eram variadas, mas a maioria era Cumbia, uma versão jovem das músicas latinas. Tocou três músicas brasileiras; as três se chamavam Chora, Me Liga. Sim, repetiram-na com vigor, inclusive traduzindo-a para espanhol. Realmente amam essa música. Além disso, algo muito engraçado se passou e era facilmente notado: a cada duas músicas, uma voz nojenta (semelhante à do Maradona) se intrometia no meio da canção pronunciando uma máxima nacionalista: "ARGENTINA!!!". Isso foi engraçado nas dez primeiras vezes, mas depois começou a ser irritante.
Lá na casa noturna, encontrei a menina e uma amiga muito extrovertida. Tive que flertar por um tempo antes de largar o mote brasileiro. Em algum tempo, consegui a primeira Rosarina, perdidamente aprovada: as pernas da foto. De um jeito ou de outro, todos nos demos bem; o Paulo acabou com a interessante amiga da menina das pernas, e um outro amigo nosso acabou com uma menina meio indígena/boliviana bem excêntrica. Mais detalhes, tende meu mensageiro. Depois da festa, duas outras rosarinas nos levaram para um canto de uma rua, a mim e ao Paulo, pois os outros dois já haviam retornado para o hostel. Na verdade, o Jonas sequer saiu da cama para nos acompanhar à festa, e assim foi até o último dia: sempre negando as festinhas castellanas. (N.A.: merece um pau, esse %$#@). Não preciso dizer o que ocorreu após o episódio relatado.

Dia 3 - A Desconfiança

No dia seguinte, conhecemos uma australiana levemente acima do peso, mas não menos especial. Lá do hostel. Em pouco tempo, já a convidei para almoçar conosco, o que aceitou. Fomos comer num lugar diante do rio Paraná, de onde saía uma embarcação até uma ilha bonita próximo dali; o restaurante era bom, simples e até barato... mas demoraram cerca de uma hora e pouco para atender aos nossos pedidos. "Ah, devia estar lotado!", é o que pensaste, não? Bom, ao nosso redor tinha um casal e dois cachorros das ruas rosarinas. E só. Compramos nossas passagens de barco para ir à tal ilha logo após o almoço; depois disso, voltamos ao hostel, e deveríamos estar de volta às 17h até o local de saída do barco. Eram menos de 15:30h quando decidi buscar um telefone público e falar com o pessoal daqui pela primeira vez desde que chegara ao país da prata. Lá me fui, buscando informações, e trajado de Chapolin Colorado, a primeira roupa velha que achei na mochila. Telefones públicos são tão raros lá quanto mulheres feias. Além disso, pouquíssima gente faz ligações a cobrar - tão pouca gente que muitos nem sabiam o nome desse tipo de chamada, que lá é conhecido como cobro revertido. Até eu descobrir isso, já se passou quase uma hora. Mais a longa caminhada até chegar o tal telefone público, que me fez perder o caminho de volta ao hostel. Mais uns quarenta minutos até conseguir uma ligação ao Brasil. Depois do êxito demorado, perguntei as horas, já que meu celular havia desaparecido na capital do terror (Buenos Aires). 16:50h, disse-me um senhor na rua. Peguei o primeiro táxi e me mandei ao pequeno porto, de onde sairia o barco. Ao chegar, era tarde: os guris já haviam embarcado, e aquele era o último transporte até a ilha. Teoricamente.

Desolado, fui até o barzinho das docas e pedi um refrigerante - o mesmo local onde almoçamos. Sabedor da costumeira demora, já fui com a grana certa da coca-cola em mãos, me dirigi ao balcão e apontei para a coca com a seguinte frase pronta: "Por favor, una gaseosa, coca". Os simpáticos atendentes foram tão, mas tão simpáticos, que me irritaram ao pedir que eu sentasse lá fora, pois já me trariam o refrigerante. Mas me fui. Enquanto aguardava com muita sede e indignação, observava o garçom andando de um lado para o outro sem fazer nada, e mesmo assim não me trazia a coca. Somente após uns 15 minutos é que ele ma veio trazer. Assim que o fez, o dono do local estava perto e viu minha camiseta. Quase chorou.
"Eu gosto tanto, tanto do Chapolin!!! Que bom gosto tu tens!". Logo me perguntou de onde eu era, o que fazia ali... ao tê-lo dito que perdera o horário da passagem, o cara me garantiu que o dono do barco me levaria lá, por ser amigo dele. Conversou com o homem, que prontamente me levou até a ilha, 30min dali, onde meus amigos estavam, só eu e ele no barco - tudo por causa de uma camiseta. "Buena onda", como se diz lá para elogiar desde um momento até uma perna de sapo. Buena Onda.

Chegando na ilha, encontrei os três e a australiana. Não foi difícil, visto que o Rafael era o único a usar sunga. Voltamos todos juntos depois, e tiramos algumas fotos num monumento FANTÁSTICO. Depois, ao anoitecer, voltamos para o hostel. Tínhamos um novo companheiro de quarto: um senhor de seus quase sessenta anos, gordo e levemente nojento, ficando de cueca com uma frequência um tanto constrangedora. Tentei convencer meus amigos a sairmos, visto que um carioca morador de Rosário nos havia convidado para uma festa segundo ele "espetacular" em sua residência para a noite em questão. Meus queridos companheiros, todavia, preferiram dormir. Tendo em mente a noite anterior - o sucesso total dos viamonenses em Rosário -, não pude tirar da minha cabeça a idéia de sair novamente. Mas tendo em mente a noite anterior a esta - uma boca arrombada injustamente que ainda me doía -, formou-se o impasse. E fui para a frente do hostel, sozinho. Lá, encontrei a australiana numa mesinha, conversando com um neozelandês com quem saiu posteriormente. Em outra mesa, estava o senhor argentinno que dividiria o quarto conosco. O cara puxou papo do nada, resumindo sua vida e perguntando da minha. Devido a uma breve desconfiança, optei por cortar-lhe logo após ter-me dito sobre um cabaré que há ali por perto. Disse-lhe que iria deitar, e ele me acompanhou. Assim, disse-lhe lá no quarto que iria sair, e ele perguntou se não queria que fosse comigo ao tal cabaré. Disse-lhe que não - agora sim lhe desconfiava!
Em vez de subir, fui até o segundo andar do hostel e usei a internet por um bom tempo. Tanto, que as luzes se apagaram lá embaixo e todos foram dormir. No entanto, lá pelas quatro da madrugada, ouço passos subindo as escadarias. "Oi, não consegui dormir", disse-me o sujeito no escuro. Sentou-se e começou apavorantemente a fazer-me perguntas sexuais. Pensei mesmo que era uma bicha maníaca argentina, mas então o cara começou a me falar de sua namorada... confesso que, seja qual foi sua intenção, me deixou mais tranquilo. De qualquer maneira, o homem é tarado, isso é fato. Perguntou-me os apelidos dos órgãos sexuais em português, e como eram as brasileiras sexualmente falando... lhe fui tentando despistar até que lhe disse que ia dormir, desistindo das minhas conversações na internet. Ele foi atrás.

Com o canivete aberto em mãos, não consegui dormir até esse louco acordar, pelas 8h da manhã. Ainda depois disso, aguardei mais quarenta minutos para caso retornasse. Só então me pus a dormir.

No dia seguinte, ele já havia falado com meus amigos, prometendo-lhes dicas de Córdoba. Contei-lhes rapidamente tudo que ocorreu, o que os fez decidir por ir embora antes que o cara retornasse do tal compromisso e viesse com suas dicas. Fugimos do local pouco antes do meio dia, e passamos o dia visitando Rosário e seus pontos turísticos novamente, como o estádio onde Maradona e Messi iniciaram suas carreiras (foto). Mais pela madrugada, rumamos para Córdoba.

Viagem essa que deixo para um próximo encontro. Abraços, amigos.

4 comentários:

Max disse...

Tentei imaginar vc dizendo para o "senhor" de 60 anos que estava com a boca arrombada, e o que teria acontecido, husauhsauhuhasu....

Liliane disse...

Apesar de Buenos Aires, nem tudo foi terrível na Argentina!
Não considerando o 'senhor' de 60 anos, Rosário parece ter sido especial.
E como terá sido em Córdoba?

Anônimo disse...

Esse é o texto com o maior número de eufemismos que eu já li aqui no blogue.

Para o bem e para o mal.

Liliane disse...

Tu estás muito relapso com teus leitores! E Córdoba, Mendonza e Santiago? Estamos todos esperando ansiosos.